Os documentos mais antigos relativos a Oliveira do Douro datam do século XI, ainda que as suas origens remontem, pelo menos, à conquista romana da Península Ibérica. Os seus domínios têm um passado importante para a história de Gaia e da região, até pela sua localização, na margem esquerda do Rio Douro e não longe já da sua foz, sendo ponto de passagem obrigatório para quem pretendia transpor o território para Norte ou simplesmente chegar ao Porto. Basta lembrar as quatro pontes que unem hoje as duas margens através de Oliveira do Douro (Infante, D. Maria Pia, São João e Freixo).
As suas gentes, referidas logo no Numeramento de 1527, o primeiro recenseamento fiável da população portuguesa, sempre estiveram associadas à vida agrícola e ao rio, sendo as referências aos pescadores do Areinho, aos moleiros de Quebrantões e às lavadeiras da freguesia testemunhos ancestrais disso mesmo. Desse modo, é natural que ainda hoje o património e a cultura locais sejam fortemente influenciados pela vida do rio, do campo, pelo carácter festivo das suas festas religiosas ou pelo pendor associativista que perdura e se regenera, nesta sociedade pós-moderna que tem visto diluir os laços comunitários.
E ainda hoje, permanecem quase intocáveis as sensações que escritores como Almeida Garrett (que aqui viveu), Júlio Dinis ou Camilo Castelo Branco eternizaram, patentes neste excerto de outro ilustre, Ramalho Ortigão: “À beira da água, sulcada de barcos, de cor escura, esguios, da forma de gôndolas venezianas, remados de pé com largas pás que bracejam silenciosas e lentas, arredondam-se em grandes massas de um verde-escuro e espesso os velhos arvoredos das quintas do Freixo, da Oliveira, de Quebrantões…“
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